terça-feira, março 01, 2005

A ditadura da geração grisalha

O Problema financeiro da Segurança Social está a agravar-se (DN 1/03)
Todos já sabemos isso.
São necessárias medidas, mas, até agora, todos os governos as vão adiando.
Sócrates já disse: é seu “objectivo” estudar tudo de novo e tomar decisões, lá para 2009… ou seja, novamente, vai “indecidir”.
A “ditadura grisalha” foi recentemente descrita. A geração que lidera a sociedade actual, evita e impede as mudanças, para garantir a sua reforma à custa das gerações mais jovens.
Não entende que, se não atalhar os problemas imediatamente, essas gerações mais novas poderão, em determinada altura, “sacudir a água do capote”, pois serão confrontadas, não só com esses encargos, como com outros que já se lhes estão a preparar (SCUTSs, TGVs e OTAs e dívidas originadas pelos actuais défices persistentes).
Mesmo que, sem outra saída, tenham que contornar regras que são, actualmente, basilares numa sociedade democrática.
A dimensão da geração “grisalha” ganhará sempre as eleições e, com elas, vingarão sempre os seus pontos de vista. Ficarão as gerações mais novas a assistir, impavidamente a esta “exploração” a que poderão ficar sujeitas? Julgamos que não. E o caldo estará entornado…

É simples, mas fundamental entender que é preciso evitar esse conflito geracional que nada tem a ver com o inócuo confronto entre jovens e adultos dos anos 60/70. Será um conflito entre a geração produtiva e a geração reformada que decide eleições. Será um conflito que poderá por em causa a legalidade democrática.

Só podemos evitar esta situação actuando imediatamente.
Parte da Europa já entendeu isto e está a alterar regras.
Mas em Portugal, onde só se muda em plena fase de rotura…
Como será neste caso?
Esta é uma situação problemática que não pode ser resolvida em dois tempos.

Não há muitas saídas. Ou se alarga o período de trabalho (aumentando a idade de reforma) ou se aumentam as deduções sobre os ordenados ou, ainda, se reduz a remuneração na reforma.

Tudo menos ficar parado. É o que se exige.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por falar em Socrates, o que é feito dele? A ComSuc anda muito calada e isso faz-me desconfiar...
Já agora e estando de acordo consigo, permita-me pôr uma questão. O dito-cujo, acima referido, prometeu / traçou como objectivo, levar as pensões muito baixas para o tal limiar. Tais pensões, à época em que foram atribuidas, talvez não fossem tão baixas assim.
Se verdade, significa que se foram degradando com a passagem dos anos. Se verdade, pergunto porque não são elas indexadas ao salário minimo?
Imagine-se o que seria, em termos de custos...