segunda-feira, março 05, 2007

Valorização da carreira docente – prémios aos melhores

Publicadas as condições de acesso à titularidade, lá vieram a terreiro as reclamações sindicais pelo facto de haver limitações no acesso aos professores faltosos.
Não há que estranhar as reclamações. São usuais e serão repetitivas.

Sempre se falou da necessidade de valorizar a carreira. De salientar os melhores e de os recompensar. Pelos vistos, era só conversa.
Como para realçar os melhores torna-se necessário separa-los dos menos bons, temos o caldo entornado perante as corporações e as correntes de esquerda.
Não admitem que se possam identificar alguns, de entre eles, como … menos bons.

O novo Estatuto (e bem), definiu uma forma de separar os melhores dos outros: criou um filtro após o 6º escalão da carreira (até aí podem ir todos). Apenas passam esse filtro os melhores. Não os Muito Bons e os Excelentes. Apenas os melhores. Em função das vagas criadas e seguindo uma seriação de docentes, em função do seu mérito.

Não está aqui em causa a forma. Talvez o sistema possa ser melhor ou melhorado.
Os sindicatos defendem que deveriam poder prosseguir na carreira todos os Bons, Muito Bons e Excelentes. Que acabam por ser todos (segundo eles, que se classificam a si próprios). Ou seja, para eles, mantinha-se o sistema anterior: todos progrediam (pois o filtro apenas distinguiria os professores naqueles patamares e não em nenhum outro), enquanto as Escolas e os alunos portugueses se manteriam na cauda dos resultados internacionais.

Se o acesso à titularidade é um prémio, não há prejuízo da carreira docente para quem não a atinge. A carreira de professor acaba no 6º Escalão. A partir daí temos prémios para os mais produtivos. Independentemente de haver que seja menos produtivo por razões válidas. Como por exemplo, por doença ou maternidade.

Para esses, o Estado pode (e deve) ter outros mecanismos de compensação. Mas deve mesmo, pois o País não se safa sem mecanismos de compensação e apoio à maternidade (mesmo que se aponte mais, no momento presente, para o apoio à terminação da gravidez).

Infelizmente, não podem ser os mecanismos de premiação da carreira traduzidos na respectiva progressão condicionada à qualidade e quantidade de trabalho a incorporar essa compensação, com o risco sério de distorcer o processo. Aí, só devem caber os melhores. Os X melhores, de cima para baixo. Independentemente do grau classificativo que obtêm.

Processo difícil de entender pelas corporações e pelos esquerdistas.
Porque, nisto, Sócrates foi liberal. E bem. Criando problemas à direita (pois ocupa o seu espaço) e problemas à esquerda (agindo de forma inversa ao – igualitário - desejo interno).

Cinismo dos deputados (docentes) do PS

Branqueando...
Soubemos agora que são 26 os deputados socialistas na Assembleia da República que também são docentes.
Soubemos agora que, a despropósito e fora de tempo, contestam o Estatuto da Carreira Docente (que votaram) e o Secretário de Estado (socialista) responsável.
Sem palavras…