quinta-feira, setembro 30, 2010

Medidas de combate ao déficite público Orçamento 2011

Cá estão elas.
Mais uma vez, medidas tomadas com a surpresa dos responsáveis. Hoje são incontornáveis mas ontem eram totalmente imprevisíveis.
Há várias questões para além da imprevisibilidade repetente de tudo o que é mau.
Como chegamos aqui?
A crise internacional é uma falácia. Essa, já vimos, passou ao lado de Portugal. Que não teve (por não haver exposição aos "junks" americanos) que salvar os seus bancos.
Se a dívida e os déficites europeus são devidos aquelas intervenções, em Portugal e Grécia deve-se ao contínuo processo de vivermos acima das nossas possibilidades. Nós, individuais e o Estado.
Quem-se lembra de, há apenas um ano, termos tido aumentos na função pública de 2,9% em ano de deflacção e uma descida do IVA? Não haveria déficite e dívida nessa altura?
Estas medidas são as necessárias neste momento. Estão tomadas. Vamos agradecer ao Governo por fazer o que tem de ser feito? Não. Pois chegamos aqui por culpa deles.
Estas medidas vão resolver as questões imediatas. Infelizmente, dentro de um ano cá estaremos outra vez. Porque as decisões estruturais ficam adiadas. Ainda mais adiadas pois estas medidas, remediando a situação actual, só virão acentuar o problema de sempre: resolvendo os problemas sempre à custa dos "ricos", pouco falta para que estes sejam mais pobres que os pobres para quem descontam. E aí, é a morte da galinha dos ovos de ouro a que os socialistas sempre recorrem: a classe média que, por trabalhar, terá que estar sempre pronta ao saque governamental. Pouco falta para que a opção entre trabalhar e viver de subsídios seja fácil de fazer. Imagine-se o Robin dos Bosques numa terra em que não haja ricos...