Já verificamos que o Governo tem 4 grupos de pressão bem distintos: o Banco de Portugal, nas Finanças; o poder capitalista (Bancos), na Economia; o núcleo político com a tralha guterrista (os seus segundos planos) noutras pastas e as áreas sociais, nas mãos de ex-comunistas e desconhecidos.
Victor Constâncio assumiu o papel de treinador de bancada. Como todos os pesos pesados do PS, verificou que não há saída airosa para esta legislatura. Assim, preferiu manter-se á parte. Mas não tanto à parte. Como treinador… e com os adjuntos junto ao campo.
Lançou, há pouco tempo, uma “pérola” argumentativa: o crescimento (e o pagamento) do investimento em estruturas rodoviárias deverá ser da responsabilidade do sector. Mas não foi até às últimas consequências. Utilizador-pagador? Não. Isso não pode ser. Era a política da direita. Então, como ficamos? Aumentamos os impostos sobre o automóvel (IA) e sobre os combustíveis (ISP). E o primeiro sofre uma alteração e pode ser pago em tranches anuais…
Nada de mais se não fosse uma tremenda falta de coragem de ir até ao fim nas suas sugestões, de esquecer que ainda tem o cartão do PS no fundo do bolso e de assumir, decididamente o seu papel de técnico e de Presidente do Banco de Portugal. Porque se o fizesse, aplicaria a sua argumentação até ao ponto para a qual ela aponta : a figura do utilizador-pagador. Nem menos, nem mais, nem nada de mais. Mas não: mantém a sua pose de alta sabedoria, mas dá à luz um rato…
Já vimos que não haverá, então, portagens nas SCUTs. Tecnicamente será um “flop” de um governo que se pretendia criterioso e sério nas suas decisões. Por outro lado, não se estranha, pois esta é uma das teimosias, perdão, promessas dos socialistas. É uma medida esclarecedora sobre como vai (in)decidir este Governo.
Assim, já vimos que o IA vai aumentar. Comprar carro em Portugal ainda vai ser mais caro do que já é e do que é no resto da Europa. E vamos passar a pagar esse IA em tranches anuais. Juntamente com o Imposto de Circulação.
Senhores decisores, simplifiquem: elimine-se o IA e actualize-se, em compensação, o Imposto de Circulação. Nesse momento, este deverá assegurar uma parte da receita para as Autarquias (despesas com vias municipais) e outra para o Estado (rodovias nacionais). Mas, não seria esse o caminho da “direita”? Pois… então não poderemos seguir por aí…
Por outro lado, apesar do Imposto sobre Combustíveis já ser alto, vai aumentar. E apesar do petróleo não parar de subir.
Pelo menos, já não se fala em fazer como Guterres, que subsidiava para manter os preços (artificialmente) baixos á custa das contas do Estado.
Combustíveis mais caros tornarão mais consciente o seu consumo. O que é positivo. Mas, não foi para isto que meio milhão de portugueses mudaram a sua inclinação de voto do PSD para o PS. Foi exactamente com a expectativa do contrário…
Infelizmente, o PS, como é seu hábito, irá dar, depois os seus tiros no pé: criará preços extraordinários para a pesca, para a agricultura, para a indústria, para os vermelhos, para os amarelos, para os bombeiros e para outros…
Ficará o mexilhão a pagar a factura...
Senhor Sócrates. Diga qualquer coisa… a quem votou e a quem não votou, em si.
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