segunda-feira, março 21, 2005

Discussão do Programa de Governo

Sócrates iniciou a apresentação do programa de governo de uma forma negativa: dizendo que não teria um discurso de imputação de responsabilidades da situação a quem o precedeu, mas fazendo-o.
Mas mais. Apresentou números e dados que, considerado o prazo de dois anos entre medidas e efeitos das decisões macroeconómicas, lançariam para António Guterres e não para os governos de centro-direita, essas responsabilidades.

Foi positivo, quando apresentou uma lista de acções. Pormenorizou a lista de objectivos no programa PS/Governo e juntou-lhe alguns prazos. Mas não explicou, ainda, como as vai implementar (e financiar).
Ou seja, manteve-se na área das (boas, em muitos casos) intenções...

E estas, terão enormes custos e causarão um enorme crescimento da despesa. Mas, simultaneamente, não aponta para aumentos de impostos. E escuda-se em intenções (lindas) de redução de fuga fiscal. Sem se saber através que medidas. E até onde será possivel ir. Mas sabe, tão bem como todos nós que, por aí não haverá muito a ganhar. Em termos de valor, pois de justiça fiscal são objectivos importantes.

Até porque a Banca (que faltava entrar no processo contributivo de forma justa) está fora, pois o lobie entrou para o governo e vai salvaguardar os seus interesses (que não são os de todos e usuais contribuintes).

Diz Sócrates que evitará o aumento de impostos com a redução da despesa. Mas as suas medidas implicam, quase todas, (grandes) aumentos de despesa…
São as SCUTS que se mantêm sem portagens, mais despesas sociais (300 Euros para todos), inglês no 1º Ciclo, Pré-Escolar para todos, cartões únicos, 150 mil empregos, etc.
Tudo medidas bem intencionadas, mas mal suportadas…

O típico dos socialistas… grandes distribuidores, sem a mínima ideia de como financiar essa distribuição. Cortam bem o bolo (ficam sempre bem na fotografia), mas não o sabem fazer…

Será que vamos outra vez, rindo e cantando, com medidas lindas, em direcção à bancarrota, que outros, antes, chamaram de “pântano”?
Provavelmente.
E, inteligentemente, lá chegados, fogem e chamam outros para fazer o trabalho sujo: o percurso (ainda dentro do pântano e suportando indicadores negativos que, depois, como vimos, ainda lhes acabam por ser imputados) difícil e penoso de saída do mesmo. Arriscando-se a, chegados terra firme, encontrar um Presidente partidário, devidamente apoiado por um (novo) enorme embuste suportado pela comunicação social.
Esperemos que não.
A ver vamos.

1 comentário:

Anónimo disse...

O embuste ou a "Banha da Cobra"
Dizia aquele que se diz que é...:
"300 Euros para os pensionistas, sem outros rendimentos, cujo valor está abaixo do limite da pobreza".
Agora só vale a partir dos 80 anos!!!
Então e aqueles que, nas mesmas condições, ainda não atingiram os 80 anos? Não são pessoas? Chegarão a essa idade?
Parece-me que é mesmo...