quinta-feira, fevereiro 17, 2005

E Sampaio?

Sampaio não percebeu ou não quis perceber o que se passava no País. Ou simplesmente (o que será mais certo), quis imitar o seu correligionário Soares, marcando o seu segundo mandato com procedimentos não de um Presidente de todos os Portugueses, mas de um militante do PS (terá encontrado o cartão numa gabardina antiga?) que quer o seu quadro no vão de escada da sede no Largo do Rato..

O País foi largado cego e perdido no meio de um pântano no final de um período económico expansionista (o que agravou e de que maneira o problema), por um grupo de senhores a que chamaremos, por simplificação, “tralha guterrista”. Onde se inclui um senhor Sócrates, Engenheiro, agora candidato a 1º Ministro.

Não se conheciam as contas públicas, o País arriscava um corte nos financiamentos comunitários, urgiam as reformas, o emprego e as benesses públicas (o tal “monstro” identificado por Cavaco) tinha atingido dimensões gigantescas e iniciava-se um período económico de recessão (a Al-Qaeda tinha actuado, o petróleo iniciava uma escalada, as bolsas tinham sofrido com o rebentamento da bolha tecnológica, a China começava a absorver o mercado mundial de manufactura e vinham aí, para dentro da EU, novos Países). Incapazes que conduzir o País em direcção de “terra firme” (o que foi reconhecido pelos próprios) desapareceram no meio da “névoa” do pântano, abandonando tudo e todos à sua sorte …

Realizaram-se eleições e um grupo de pessoas, de boa vontade, aceitou enfrentar a situação. Os Portugueses foram informados da situação (discurso da “tanga”) e iniciou-se o penoso e difícil percurso em direcção a “terra firme”. Muito caminho por fazer, direcções por encontrar. Ainda no pântano e com todos os indicadores económicos e de emprego a caírem por inércia. A situação externa em nada ajudou. Bem pelo contrário. O petróleo escalou até atingir recordes de sempre, a China cresceu de forma inesperada penalizando industrias internas, iniciou-se um período de guerra no médio oriente, as economias deixaram de crescer perdendo-se o efeito das “exportações” na economia do País.

Dois anos passaram. Entretanto, Durão Barroso atinge a liderança da Comissão Europeia. Sinal de capacidade reconhecida. Dois anos. Foi o tempo necessário para, com políticas difíceis, chegar a “terra firme”. Ali chegados, quem encontramos? Sampaio com um cutelo, “corta” a legislatura a meio. E, logo atrás, quem está para pegar no poder? A tralha guterrista.

O que não entenderam muitos?

As políticas levadas a cabo nestes 2/3 anos foram de uma simplicidade e justiça relevantes. Infelizmente, só agora se começa a entender isso, por detrás do “barulho ensurdecedor” criado pela imprensa manipulada (de que a TVI é o exemplo mais relevante).

Todos fomos chamados a contribuir no esforço bianual para a saída do “pântano” em que nos deixou a “tralha”. A função pública, sem possibilidades de redução rápida da sua dimensão contribuiu, em massa, com 2 a 3% anuais do seu poder de compra (a inflação não reposta). Mas mantiveram os seus empregos.

Calhou um pouco a todos. O sector privado, viu “morrer” as empresas menos preparadas (o que não é mau de todo), tendo o aspecto negativo caído em parte dos seus trabalhadores, através do desemprego que subiu para níveis de 98 (a meio da fase de Guterres), mas ainda longe da média europeia. Aqui a justiça na “contribuição” para o processo de saída do pântano é contrabalançada pelo aumento dos subsídios de desemprego.

Mas, lançaram-se reformas e actuou-se na Saúde (gestão hospitalar e genéricos), no sistema fiscal (sua eficácia e aumento da contribuição do sistema bancário). Rendas, Justiça e outros sectores foram dinamizados. Precaveram-se os mais desfavorecidos (os ordenados mais baixos não tiveram desgaste, os escalões IRS baixaram, as reformas continuaram a convergir para o salário mínimo que também cresceu). O IRC baixou. Simplificou-se a Siza. Faltou a Educação. Aqui, foram identificados os problemas, mas as corporações foram mais fortes.

Ou seja, as políticas restritivas calharam a todos. Que melhor justiça poderia haver nas decisões tomadas? Nenhuma.

Mas, atingindo todos, criou-se uma “insatisfação” global que, ampliada pela imprensa instrumentalizada de esquerda, se traduziu numa fase de “crise” que, se verá no futuro, se revelará meramente “superficial”. É apenas o resultado de todos termos contribuído um pouco para a saída do pântano. Não apenas os trabalhadores por conta de outrem como era usual. Mas todos. Incluindo os poderosos. Não há ninguém satisfeito (pois calhou a todos), mas não há ninguém muito insatisfeito (veja-se que em 2004 quase não houve problemas laborais no País). Pela primeira vez o capital foi chamado a essa ajuda. A imprensa e os bancos reagiram negativamente. Pela primeira vez muitas empresas pagaram impostos. Foram chamados à recuperação do País. Reagiram também. Contra Santana.

Sampaio leu mal a situação e a sua costela socialista fez o resto.

A crise existe, mas é superficial. A sua dimensão deve-se ao efeito amplificador da imprensa e não a qualquer indicador económico. Numa análise fria, não desconsiderando aqueles que perderam o seu emprego, poderemos concluir que chegamos finalmente a “terra firme”. Saímos do “pântano”. Dentro em breve, todos sentiríamos isso.

Mas lá chegados, vamos entregar o poder a quem nos “afundou”? Não. Voto na continuidade. Voto na justiça social. Voto nas políticas que assegurem o contributo de todos, equilibradamente, na saída da crise (primeiro), no crescimento económico e melhoria da qualidade de vida (depois). Porque é esta a sequência correcta. A sequência que Sampaio não deixou que se completasse. Daí que, se Portugal souber encontrar a direcção correcta a 20 de Fevereiro, Sampaio deverá encontrar a sua. Como Guterres numa noite em 2001…

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa!

Anónimo disse...

Tirado do (www.tubias.sapo.pt)O verbo do sr. Sampaio: EU (o ps já está pronto) demito-te; TU comes e calas-te, (fás-te à vida); ELE vai vêr se consegue fazer alguma coisa pela vidinha; NÓS tramámos-te, (alguém tinha que o fazer); VÓS vamos fingir que a damos ao povo; ELES em nós vão votar (têm memória curta).