terça-feira, junho 21, 2005

A indignação da Indústria Farmacéutica

A ANF fez divulgar na rádio uma comunicação onde dizia algumas "verdades".

De imediato, reagiu a Indústria.

Em Portugal, o Estado e os utentes pagam muito pelos medicamentos que consomem. Muito mais do que em outros Países (mais ricos).

Quem ganha? A Indústria que se pode dar ao luxo de apresentar lucros fabulosos e, com parte deles, comparticipar muitos eventos que benificiam aqueles que perscrevem os seus produtos (os médicos).

Quem perde? Os contribuintes( através do Estado que comparticipa) e o utente que consome muito mais caro.

O que se paga a mais?

1)O consumo de medicamentos de marca em detrimento dos genéricos. Sem justificação nenhuma.
Os médicos prescrevem estes medicamentos nos Hospitais. Não os ouço a protestar com a qualidade...
Os Países mais desenvolvidos e ricos da Europa utilizam os genéricos até à exaustão. Quase metade dos medicamentos utilizados. Não acredito que coloquem (mais do que nós) a qualidade da sua saúde em risco...
O crivo de qualidade dos genéricos é idêntico ao dos medicamentos de marca. Assegurado pelo Infarmed.
Os genéricos são muito mais baratos...

2)O preço dos medicamentos em Portugal não resultam de um mercado livre. É tabelado pelo Estado, com base em critérios legais. Neste caso, utiliza os preços dos mesmos medicamentos em países europeus (preços de referência) para determinar os preços de venda ao público. Infelizmente a lei (que já tem alguns anos) tem buracos nunca resolvidos.
Vejamos:
Quando é lançado um medicamento, procuram-se os preços de referência e aplica-se um valor. A Indústria descobriu o tal "buraco" e passou a lançar os produtos PRIMEIRO em Portugal. Sem preços de referência, fazia o seu próprio preço. Ano após ano, deveriam ser revistos os preços. Não são. Enquanto nesses países o mercado funcionava e os preços baixavam (com o aumento da "idade" do produto e com a concorrência), em Portugal, nada. Daí as diferênças detectadas pela ANF. Medicamentos 60% acima do preço de referência...

Os valores de poupança para o Estado (outros tantos para os utentes) referidos pela ANF são significativos. Algumas décimas do PIB.

O que está à espera Sr. 1º Ministro? Tape este buraco legal.

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