Todo o ruído feito à volta da greve e dos exames tem versado a legalidade dos procedimentos do ME a fim de proteger os interesses dos alunos. Do lado sindical, nitidamente à procura do maior impacto possível (em prejuízo dos alunos) da greve, cirurgicamente marcada para o período dos exames.
Ou seja, o ME utilizando todos os meios possíveis (mesmo que duvidosos, perante a lei existente). Os sindicatos a procurarem obter resultados à custa dos alunos, pois não lhes chega uma greve maciça.
Tudo isto acaba por branquear as análises realmente importantes. A necessidade absoluta dos exames (nomeadamente os novos, de 9º ano) para a melhoria qualitativa da nossa Educação.
Os exames, ao contrário do que os especialistas em eduquês têm defendido são absolutamente necessários para lançar o processo qualitativo da Educação em Portugal. No 4º, 6º, 9º e 12º anos.
Não só para criar hábitos avaliativos nos alunos, preparando-os mais convenientemente para os exames de 12º ano (actualmente muitos são confrontados com a situação de exame pela primeira vez), como preparando-os para a VIDA. Que é baseada na competição e avaliação constante.
Mas também para a correcta avaliação do sistema, escola e professores. No sentido de proceder às correcções sucessivas que se vierem a revelar necessárias. No sentido de termos um ESCOLA de qualidade. Que não temos, infelizmente, hoje.
Os exames actuais, de 9º ano, têm sido “fáceis”. Temos ouvido. Nitidamente com a intenção de desmistificar a questão dos exames. Para retirar o “bicho papão” da frente, ali colocado pelos especialistas do eduquês. Até porque, para os alunos a nota era, relativamente irrelevante: ao valer apenas 25%, nenhum aluno (com 3) perderá se não faltar ao exame. Mesmo com 1 (nota mínima), passará. No próximo ano já não deverá ser assim. Três na frequência e 1 no exame, deverá ser condição de “chumbo”. Caso contrário manter-nos-emos no facilitismo eduques…
Então, este ano quem está a ser avaliado (com consequências)? Os professores. Que verão os seus alunos confrontados com um exame nacional (igual para todos os alunos de todos os seus colegas de todo o País). E aí, muita informação virá ao de cima. Que poderá ser utilizada para as (necessárias) melhorias do sistema, dos processos das escolas, do trabalhos de cada professor. E todos ganharão.
É claro, não é?
Mas então porque alguns lutam contra os exames? Porque com eles, será possível fazer uma primeira análise avaliativa (sempre relativa, pois há alunos e alunos, escolas e escolas) do trabalho de cada professor. Isolando as boas das más práticas. E evoluindo. O que é tão difícil para as corporações…
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