quarta-feira, junho 07, 2006

O Estatuto da Carreira Docente (I)

Está aberta a discussão sobre a revisão do ECD.
As posições estão extremadas.
A Ministra, ingénua politicamente, generalizou culpas. Afinal ainda há professores bons. Poucos, é verdade. Mas fundamentais, neste processo. Estes, são os mais prestigiados dentro das escolas, dos poucos que não “emprenham” pelos ouvidos com a demagogia sindical e os únicos que são muito pouco tocados pela mudança agora proposta porque já cumprem, sem obrigação, quase tudo o que se propõe para o novo ECD. A Ministra precisa deles. E está a descarta-los, em conjunto com todos os outros.
Os sindicatos já colocaram na mesa os seus trunfos. Avança para a greve. Mal. Entre feriados. Isolam-se face aos Portugueses. Que ficam contra eles. De entre centenas de pontos e alíneas trouxeram ao de cima a “treta” da avaliação pelos pais. Demagogicamente. E desencadearam a emotividade (usual neste casos) docente com base no “papão” dos direitos (de Abril…) conquistados.

O documento tem bons princípios. Não é um ataque a direitos, mas fundamentalmente uma reposição de deveres. Que, legal (má interpretação) ou ilegalmente (incumprimento claro) não estavam a ser cumpridos.

E pouco interessa o passado e as responsabilidades. Mas ao tocar nisso, no seu discurso, fez mal a Ministra. E ao ignorar a mudança (qualquer uma) no seu discurso, fazem mal os sindicatos.

As responsabilidades são de muitos (incluindo, fortemente, a tutela passada) e a mudança é essencial. Como está, está mal.

Infelizmente, na discussão que se avizinha, não teremos a Sociedade Civil presente. Apenas corporações que tentarão deturpar a proposta na direcção dos seus interesses e não no sentido da melhoria do sistema e da sua produtividade.

Terá o Ministério força para manter a proposta coerente?
Terá o Ministério “espaço” para introduzir propostas e melhorias que venham “de fora” da mesa de negociações, limitada às estruturas corporativas?
Terá a Ministra capacidade pessoal para se conter no seu discurso, não generalizando a imputação de responsabilidades pela (má) situação, a fim de assegurar os necessários aliados, dentro das escolas, junto os bons professores que, analisando a proposta, verão potencialidades que colocarão os colegas a trabalhar … como eles?
Manterão os sindicatos (nem todos) a sua estratégia suicida de apelar para a emotividade (que cega), para a defesa (desajustada) das “conquistas de Abril”? Esquecendo sempre o essencial: a produtividade do sistema?

Numa dúzia de posts vou fazer uma análise ao documento.

1 comentário:

日月神教-任我行 disse...
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