sábado, fevereiro 18, 2006

Reordenamento da Rede Escolar

Um tema muito interessante e relevante trazido à mesa por Pacheco Pereira no Quadratura do Circulo. Para “elogiar” o governo na sua coragem. Coisa impossível se tivesse sido David Justino a avançar. Aí, o PS juntar-se-ia à esquerda demagógica e impediria qualquer avanço. Usaria como seus, os argumentos utilizados, hoje, por essa esquerda. E impediria qualquer avanço na matéria.

Está o PS no Governo. Está? Já vimos que não. A medida é pragmática. Não é socialista. Como muitas as que têm sido tomadas. Corajosamente tomada e “calando” a oposição de centro direita (onde eu voto) colocando-se (através das medidas tomadas) na sua área de acção. Já se viu que Marques Mendes está às “aranhas”. Não tem onde se colocar.

Assim, o PS é governo e… oposição. Na calada. É exemplo disso Jorge Coelho. Na Quadratura do Circulo. Já foi dizendo, a propósito do encerramento das escolas, que, apesar de “não ter voz governativa” e não “poder falar pelo governo” que nenhuma escola encerraria se não tiver garantias de transporte e bom acolhimento na escola de destino. Aqui está o PS. O verdadeiro. O que nada tem a ver com pragmatismo. O conservador. Avesso a reformas. O PS dos que estão a engolir sapos todos os dias com muitas das medidas deste governo.

Sem prejuízo de ter alguma razão em substância, pois é realmente necessário assegurar que as crianças das escolas encerradas tenham uma alternativa MELHOR que a actual, no processo de mudança, o certo é que com estas cedências, empata-se tudo.

Porque cabe às autarquias assegurar esses transportes.
E assegurarão? Não. Pois elas são as principais opositoras ao redimensionamento da rede escolar, como ao processo de fusão administrativa e a muitos outros… Vão defender com “unhas e dentes” todas as estruturas que, somadas, ainda asseguram alguma “massa critica” administrativa que suportam a sua existência. Não vão ceder facilmente. E terão (emotivamente) a população do seu lado. E assim, com esta intervenção, Jorge Coelho fez a oposição ao (seu) governo. Foi o pior que conseguia (e conseguiu) fazer à Ministra da Educação. Deu luz verde para que as autarquias (muitas dependentes de gente sua, do aparelho) não apresentem soluções (de transporte e outras) que assegurem as condições de encerramento das microescolas. Um pouco de demagogia social (populismo) das autarquias de centro direita acrescido da posição (corporativa) dos sindicatos de professores que temos e o caldo está entornado.

O que significa que, ou Jorge Coelho recua nesta sua posição, ou recua o País…

A medida está correcta e as condições para a concentração dos alunos nas novas escolas terão de ser criadas. Mas deixar isso ao livre arbítrio autarca, não é solução. Vão resistir até onde puderem (não criando, estrategicamente, essas condições de mudança), para defender outros interesses locais, mesmo em prejuízo claro e evidente das suas crianças…

Se são capazes disso? Claro. E com apoio do Jorge Coelho, disso e de muito mais.