segunda-feira, novembro 14, 2005

Aulas de substituição

Sobre este assunto, é muito difícil dizer ou escrever melhor do que já o fez Daniel Sampaio. Não tendo encontrado o texto na net, aqui vai uma transcrição de parte do artigo (revista xis) encontrado no blog Laranja com Canela:
«(...) Defendo que uma "aula de substituição" deve ser tudo menos uma aula formal, com matéria, fichas e exercícios, antes deve proporcionar um ENCONTRO ORGANIZADO e LIVRE entre um grupo de jovens e um adulto disponível: haverá alguma coisa mais importante do que isso, no contexto de uma escola? Meu caro professor se vai dar uma aula dessas, comece por falar de si: o seu nome completo, o que faz, como é a sua família, do que gosta ou não gosta (animais, clubes, tempos livres, aspirações pessoais...). Depois ouça os alunos de forma organizada, diga uma graça adequada para quebrar o gelo inicial, esteja atento aos temas que eles enunciam) de forma tímida. Nunca deixe que se atropelem ou desorganizem a conversa! Se encontrar um silêncio persistente, fale da televisão, discuta uma notícia de jornal, traga um tema da escola para discussão participada.»
Não podendo dizer melhor, digo mais (alguma coisa).

Porque existirá esta necessidade nas Escolas? A necessidade de substituir? Porque, das duas uma: ou os professores faltam (feriados) ou porque os horários são mal feitos (furos).
As faltas podem ou não ser lícitas. É outra discussão.
Os furos, não devem existir. Porque os horários devem ser feitos (por professores) para assegurarem bons horários para os alunos (e não para os professores).

E, para os alunos, há feriados (mais) e há furos (menos). E há, ainda mais horas a ocupar, até que a respectiva família possa estar em casa e dar-lhes a atenção necessária. Incluem-se (deveriam ser incluídas) os dias sem actividades lectivas. E estes períodos, por razões válidas, devem ser ocupados. E porque não, por professores dentro do seu horário não lectivo?

As Escolas, nos tempos actuais, exigem segurança. As famílias precisam de ter a certeza que as suas crianças e jovens estão bem e devidamente enquadrados. A Escola deve assegurar isso. As novas regras são bem vindas. Os demagogos virão com a estória recorrente do “armazém”. Que a Escola não é armazém de crianças… Demagogia pura.


O argumento do professor de filosofia a cobrir a falta do colega de educação física é demagógico. Não é exigível a transmissão de qualquer conteúdo curricular (nem de filosofia, nem de educação física) nessas horas. Apenas o enquadramento de um espaço temporal (hora e meia) onde podem ser lançados aos alunos, temas de discussão actualizados. Ao professor apenas se pede que o seja. Que seja Professor. Que enquadre os alunos numa actividade que falta, decididamente, ao dia a dia, dos nossos alunos. Um período livre de discussão livre.

Infelizmente, temos visto e vamos ver esta semana muitos demagogos a argumentar demagogicamente lançando demagogia nos órgãos de comunicação social sobre este assunto.






3 comentários:

Rui Pedro disse...

Sim, suponho que é possível utilizar produtivamente o tempo que ficou livre por causa de uma falta.

Com um pouco de cuidado a escola pode sobrecarregar mais os professores faltosos com essas aulas de substituição. Se bem que uma falta por questões de saúde é perfeitamente justificada, tal como outras também o serão.

M disse...

Para mim o Dr. Daniel Sampaio propõe que se encham mais chouriças...

SL disse...

Conversas com os alunos... Pois, pois. Chama-se a isso encher chouriços.