No final de 2001 e perante a incapacidade, assumida, em gerir o País, o primeiro-ministro de então - António Guterres - demitiu-se.
Foi o pior que poderia ter acontecido ao País.
Infelizmente, essa fuga impediu que os Portugueses, sob governação dos responsáveis pela situação (o PS) pudessem sentir na pele as consequências de 6 anos de governação desastrosos. Sentiram apenas a parte boa, num período de expansão económica.
Sentiram os aumentos de ordenado acima da inflação, o aumento do emprego, o rendimento mínimo garantido. E muito mais. Tal como é usual com os socialistas. Sabem dividir muito bem, sem fazerem a mínima ideia como repor ou criar essa riqueza distribuída.
Essa fuga (de Guterres) permitiu que outros, bem intencionados, aceitassem assumir a governação nessas condições. Ou seja, depois da cigarra, vem a formiga.
Foram dois anos a estancar a hemorragia. Com políticas restritivas. Dois anos sem aumentos para a Função Pública. Menos emprego. Porque curar, quase sempre dói e dói muito.
Ao fim de dois anos, as coisas não estão bem. Mas não estão pior. A hemorragia foi controlada. É altura de se iniciar um processo que, com rigor, poderia ser de crescimento e melhoria gradual. Mas não. O Dr. Sampaio meteu as mãos ao bolso, encontrou o cartão do Partido Socialista e disse para consigo: “tenho que fazer qualquer coisa”. E fez.
Pois, a “fuga” de Guterres foi a melhor coisa que aconteceu ao PS. Ilibou-o de gerir as consequências negativas, em período de contracção económica da sua governação facilitista num período de expansão económica.
Gostaria que muitos economistas, que hoje falam do défice, defendendo, sem o dizerem, mais restrições na Função Pública (aumentos zero e despedimentos se possível), fizessem as contas e revelassem como estaríamos (e qual o défice) se o PS se mantivesse no poder nos 2 anos que faltavam para cumprir a legislatura, mantendo as políticas vigentes.
Gostaria também que se avaliasse o défice (e as necessidades de acudir a receitas extraordinárias) em função do clima económico. Porque um défice de 4,1% em expansão económica é muito diferente de um défice idêntico em contracção. Mas pior do que isto é que, nesse período de expansão, o excesso de gastos foi concretizado no pior sítio possível : criando rendimentos garantidos, fazendo crescer o emprego público e aumentando desmesuradamente os seus funcionários. Medidas sem recuo possível nos períodos de “vacas magras” que se sucedem sempre (não saberia isso o PS?) aos períodos de “vagas gordas”.
E pior do que tudo isto, quem vemos agora a se alinhar na linha de partida para se chegar ao poder? A tralha Guterrista. Sim. A tralha Guterrista : Sócrates e todos os outros. Aqueles que fizeram toda a porcaria que agora suportamos. O País que nos livre disto. Porque, caso contrário, tudo acontecerá mais uma vez. Virão uns para a desbunda e outros a seguir para consertar o que foi estragado.
Eu tinha razão. Guterres, para bem do País deveria ter ficado e suportado as consequências do que fez. Com algum prejuízo imediato pois a cura seria mais difícil e arrancaria mais tarde. Mas, talvez não estivéssemos a passar pela actual situação. O PS estaria irremediavelmente fora da governação por muitos anos pela exagerada irresponsabilidade demonstrada.
Vangelis, governar por consenso e com paixões. Outra vez… por favor... não.
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