sexta-feira, janeiro 08, 2010

Ministério e Docentes - Negociação fechada

Como era mais que previsível a Ministra cedeu em toda a a linha. Afinal estava mandatada por Sócrates para o efeito. A demora no fecho das negociações explica-se facilmente: os sindicatos perceberam a situação e esticaram a corda até mais não. Com tudo ganho, apenas foram à procura de mais algum lucro...
Todos ganharam?
Aqueles que ali decidiram, sim.
Quem perdeu?
Em primeiro lugar os contribuintes e todos os Portugueses. Vão pagar mais a muitos (docentes) que vão fazer cada vez menos. Porque a partir de agora todos os "Bons" e acima deles chegarão ao fim da carreira docente e a remuneração, ali, é das mais altas (em relação ao PIB) em toda a Europa.
O mais caricato é que os Bons e acima deles são...99,5% dos professores.
Qual curva de Gauss? Maus, medíocres e sofriveis estão todos arregimentados no grupo dos "Bons"; os mesmo bons serão classificados com "Muito Bom" e os "Excelentes" serão atribuídos aos poucos muito bons professores.
Ora, o esforço dos contribuíntes será enorme. E os resultados?
O que nos leva ao segundo grupo de prejudicados. O maior e mais importante: os alunos e o País, que será no futuro, aquilo que aqueles forem capazes aprender a fazer (e produzir).
A verdade é que, desta forma, mantendo a impossibilidade de valorizar quem melhor trabalha, todos os docentes estabilizarão na mediania. Quem trabalhar com a produtividade e qualidade que seria exigível verá o seu esforço compensado de forma igual ao mediocre logo ali a seu lado. Chegará, como eles, mesmo que dois ou três anos antes (o que não será significativo para garantir o seu esforço) ao fim da carreira e a ordenados (e reformas) significativos para o esforço orçamental português.
A bitola geral do trabalho docente tenderá novamente para a mediania medíocre. Mas cada vez mais para baixo. Porque não adiantará nada ser a "ave rara" que trabalha no meio da mediocridade geral.
Triste País... Infelizmente continuamos na mesma. Verifica-se que a força bruta coorporativa resulta. São mais, impõem-se. Pagam os outros...

5 comentários:

Anónimo disse...

Este post denota claramente falta conhecimento sobre as questões técnicas da AAD e Estatuto da Carreira.

Anónimo disse...

Não se deve falar, daquilo que se desconhece...Dizer: "Maus, medíocres e sofriveis estão todos arregimentados no grupo dos "Bons"" é um comentário ofensivo para aqueles que, como eu, exercem a função docente. Desculpe, não sei qual é a sua actividade profissional, mas espero que o seu comportamento ao desempenha-la seja mais digno do que aquele que revela quando escreve comentários numa noticia online.

Joaquim Ferreira disse...

Queriam avaliar os professores pelos resultados dos alunos... Mas, esqueceram-se que Os Alunos Não São Tijolos! . E finalmente, esperemos para ver quais são os verdadeiros contornos do acordo. O que fica na história é que, esta é a primeira Ministra que leva a FENPROF a assinar um acordo. Essa é que é essa. Por isso, se todos os sindicatos o assinam, só pode ser um acordo que serve a Educação, e, logicamente, que vem trazer um pouco de PAZ às escolas e aos professores. Nós merecíamos. Lutámos muito. Não fomos ouvidos. Mas, como o nosso teclado ainda se não rompeu. E no blog Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa ! a luta foi cerrada, sem tréguas, sobretudo contra todos os que queriam lançar areia para os olhos dos portugueses. Os professores "uniram-se" em torno de uma causa comum: a defesa da Escola Pública que Maria de Lurdes Rodrigues tentou destruir, desqualificar, descaracterizar. Mas esta senhora teve um mérito próprio de quem é incompetente para o cargo que conseguiu por nomeação e não por competência como o lugar de qualquer professor! Porém, em menos de 3 meses, Isabel Alçada conseguiu o que a "Milú" e seus correlegionários não foram capazes em 4 anos! Depois querem premiar a excelência!? Quanto a Isabel Alçada ficará para a história pelo mérito que teve em ter levado a Fenprof a assinar, pela primeira vez, um acordo com o Ministério! Parabéns à Ministra por isso. Se não fosse assim, ainda hoje bom para a Escola e para as condições de trabalho, os alunos seriam os primeiros prejudicados. Aliás, de outro modo, a ministra teria, seguramente, a oposição dos sindicatos.

Joaquim Ferreira disse...

Acordo assinado... Agora vem aí o pior! A concretização dos princípios. Uma questão surge imediatamente: Qual o modelo de avaliação? Que critérios vão ser determinantes para a atribuição da classificação? Quem vai ter essa competências? Como se pode medir a competência e dedicação dos professores? Enfim... Teremos de estar atentos porque Os Alunos Não São Tijolos! e os professores não fazem milagres. Se queremos avaliar pelos resultados, os professores com os melhores resultados têm que aceitar ir leccionar para as escolas dos últimos lugares do Ranking, e, nas outras, assumir as turmas com piores classificações e fazer dos seus alunos "campeões!". Enquanto isto não acontecer, recusamos-nos a aceitar uma avaliação que tem em linha de conta não o progresso dos alunos mas o nível alcançado pelos mesmos. Assim, de nada servirá a um professor conseguir fazer os alunos subirem a média de 10 ou 11 (ou até menos!) para 14 valores se o outro professor (o tal excepcional e que terá garantido o Excelente neste critério!"), recebe uma turma de alunos com média de 18 valores acabar o ano sem que eles passem além de 15 ou 16 valores. Quem é o melhor professor? Pelos critérios dos resultados, será obviamente o professor dos alunos que desceram de rendimento. Porque estamos em TOTAL DESACORDO com este critério, Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa ! . Visite-nos!

Joaquim Ferreira disse...

Mas... Voltemos ao acordo que foi assinado...
Agora vem aí o pior! A concretização dos princípios. Uma questão surge imediatamente: Qual o modelo de avaliação? Que critérios vão ser determinantes para a atribuição da classificação? Quem vai ter essa competências? Como se pode medir a competência e dedicação dos professores? Enfim... Teremos de estar atentos porque Os Alunos Não São Tijolos! e os professores não fazem milagres. Se queremos avaliar pelos resultados, os professores com os melhores resultados têm que aceitar ir leccionar para as escolas dos últimos lugares do Ranking, e, nas outras, assumir as turmas com piores classificações e fazer dos seus alunos "campeões!". Enquanto isto não acontecer, recusamos-nos a aceitar uma avaliação que tem em linha de conta não o progresso dos alunos mas o nível alcançado pelos mesmos. Assim, de nada servirá a um professor conseguir fazer os alunos subirem a média de 10 ou 11 (ou até menos!) para 14 valores se o outro professor (o tal excepcional e que terá garantido o Excelente neste critério!"), recebe uma turma de alunos com média de 18 valores acabar o ano sem que eles passem além de 15 ou 16 valores. Quem é o melhor professor? Pelos critérios dos resultados, será obviamente o professor dos alunos que desceram de rendimento. Porque estamos em TOTAL DESACORDO com este critério, esperamos por si em Não Calarei A Minha Voz... Até Que O Teclado Se Rompa ! . Visite-nos!