sábado, setembro 30, 2006

Segurança Social-solução cambada...

Depois da intervenção do 1º Ministro na Assembleia, cresceu a minha preocupação e confirma-se o que aqui escrevi: vai pagar a crise na Segurança Social uma única geração. A que, neste momento está na primeira metade do seu período contributivo.

Esta, vai pagar as suas despesas e as de todos os que, das gerações que os precederam, descontaram pouco ou nada…

Ou seja, em vez de se iniciar um processo global (sim, reduzindo as actuais reformas, ao mesmo nível do esforço que se está a pedir aos actuais contribuintes) que atinja todos, por igual, vai ser tudo carregado em cima das gerações actuais que pagarão por si e pelos anteriores. Talvez até se resolvam os problemas e se equilibrem as contas. Mas, só à conta e custa de alguns? Porquê?

Mas a próxima geração não ficará melhor. Pois terá de suportar uma massa de idosos cada vez maior...

O problema maior até não está no sistema defendido pelo 1º Ministro, mas na sua sustentabilidade. Os factores introduzidos na formula até podem estar matematicamente correctos. Resta saber se, no seu crescimento (para acompanhar o crescimento populacional dos não contribuíntes) não se tornam, eles mesmos, insustentáveis. Fazendo a economia entrar na roda viva de aumentar descontos ao ponto de ser insustentável a vida para quem desconta. Criando desemprego e forçando o factor a crescer ainda mais. Até à desagregação total...

Curiosamente, o mesmo se passa com a Lei das Finanças Locais. As autarquias, para além de deixarem de poder criar dívida, vão ter que pagar a existente ao ritmo de 10% ao ano (descrevendo a regra de uma forma simplificada). Ou seja, mesmo que a dívida seja contraída (ou tenha sido contraída) por via de um investimento que irá beneficiar utentes por 30 anos, terão de ser os actuais contribuintes a pagar por ela… em 10 anos. E mais investimentos? Não também. Pelo menos se gerarem dívida.

Estamos mesmo a ver. Por conta dos desvarios do Estado nos últimos, actuais e próximos anos (já se vislumbram OTAs e TGVs…), vamos todos pagar mais. Todos? Não… Infelizmente, só alguns.

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