quinta-feira, julho 07, 2005

De regresso ao pântano…


Infelizmente. Quando, pouco depois das eleições, Sócrates anunciou o governo, era evidente a impossibilidade da sua tarefa. O Governo era contraditório, englobando as pastas sociais (com homens de esquerda, alguns ex-PCP) e as pastas económico-financeiras nas mãos do capital, banca e Banco de Portugal e alguns restos de “tralha” guterrista.

O ponto de partida:

Promessas : não há mais impostos
Cobras e lagartos : da política anterior
Teimosias : scuts sem portagens e não às receitas extraordinárias
Défice : há vida para além dele…
E uma dívida a quem o pôs no poder: os jornalistas, os bancos, a indústria farmacêutica e as construtoras.

Por algum lado teria de quebrar…

Primeiro, algumas semanas de silêncio.
Depois, o embuste do défice de Constâncio.
Apenas poeira para os olhos de quem haveria de sofrer com a estratégia: mais impostos e mais do mesmo (da política do governo anterior). Ou seja, quebrou-se o elo mais fraco: o povo que elegeu Sócrates (sob pressão e instrumentalização dos jornalistas e do capital), convencido que haveria recuo nas políticas (afinal era isso que dizia Sócrates). Afinal, as políticas anteriores apenas foram confirmadas e incrementadas.

E isso até poderia ser coisa boa. Se as políticas liberais (e realistas) não poderiam, como vimos, serem implementadas pela direita (o que seria mais natural) devido à “parede” criada pelo PS (sempre demagogo na oposição), por outros partidos mais à esquerda e jornalistas (quase todos), talvez pudessem ter sucesso com o PS, pois o centro direita é, também por natureza, mais responsável na oposição.

Mas, infelizmente, tudo o que parecia poder ser um “ganho”, esfumou-se…

A política manteve-se socialista e inconsequente face à situação do País.
Mais esforços da população sobrecarregada com mais impostos e outras medidas restritivas (reforma, funcionários públicos).
Mas também, infelizmente, mais despesa pública para suportar promessas sociais ruinosas (mesmo que justas), teimosias (ver atrás) e pagamento de promessas (protecção do sector bancário e indústria farmacêutica).

Como resultado de tudo isto, um défice insustentável que, estruturalmente, não regredirá (no que é necessário) devido à política socialista seguida. A economia não arrancará (está ferida de morte). Temos mais despesa pública e pântano à vista.

Consequências: até as boas políticas (as liberais) ficarão mal vistas. Porque foram tomadas juntamente com outras (socialistas) que as anulam por completo. Porque, já bem dentro do pântano, em 2008, outros terão, de novo, o papel de fazer o País sair dele. E, nessa altura, como? Dizendo a verdade? Haverá espaço? Dizendo que terá de haver (ainda) maiores impostos e menos “estado social”? Restará, nessa altura, alguma margem de manobra? Julgamos que não. Assim, só com o fim da 3ª República. Enterrada por Sampaio. Que ficará na História ao ser o Presidente que, de 1995 a 2005, juntamente com Guterres e conluiado com Sócrates, levou o País a um beco sem saída.

2 comentários:

Anónimo disse...

... a um beco sem saida e sem floresta. A propósito, onde se meteram os entendidos e os espertos que por esta altura e em anos anteriores, já estavam fartos de debitar sapiência e cuspir veneno?
Será culpa da comunicação social?
AF

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