segunda-feira, maio 03, 2010

Os certificados de aforro

Os certificados de aforro são instrumentos de poupança para o público em geral, fora do sistema bancário, financiando o Estado em simultâneo.
A política de taxas de juro associadas é de uma incongruência atróz.
Enquanto o País se financia no exterior a taxas cada vez mais altas (quase 6%), remunera os aforradores abaixo dos 2%.
Defendo um processo de indexação das taxas dos certificados às de financiamento público no exterior. Deixando um spread em favor do Estado.
A verdade é que este processo não corrige os erros governativos. Não reduz a despesa.
A verdade é que este processo incentivará a poupança e não o consumo. E que isso poderá reforçar a queda do investimento e do emprego.
Só poupa quem tem excessos e os excessos, se não poupados, são normalmente gastos em despesas extra. Não fundamentais. Mas, com essa medida, teremos efeitos virtuosos em termos de balança comercial com o exterior.
E precisamos disso.
Infelizmente, antes de podermos voltar a crescer, teremos que descer à nossa realidade.
Temos que viver, primeiro, com o que produzimos e depois, então, voltar a pensar em crescer.
Essa descida será sempre dolorosa.
Redução de rendimentos e prestações sociais (e não aumentando os impostos pois isso significará a manutenção e crescimento das despesas públicas).
Aumento da poupança e do desemprego (este, em sectores não básicos: entertenimento e importação de bens sem mais-valia nacional incorporada).
Será sempre melhor avançar por aqui (como a Irlanda), decidindo nós e por nós, do que esperar pela reação dos mercados (como na Grécia).
Os prazos estão a se esgotar.

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