sexta-feira, dezembro 23, 2005

TGV-Outro ponto de vista...

A pertinência desta opção do governo de Sócrates deverá ser analisado por todos os pontos de vista possíveis. Tentarei juntar mais um.
Dentro de alguns anos, já não tendo por perto o seu interlocutor pretenso (Mário Soares), os terroristas e as suas acções farão parte do nosso quotidiano.
Infelizmente teremos que aprender a viver com essa situação. Que já faz parte do dia a dia de muitos povos. Do Iraque a Wall Street ... Passando por acções do tipo a que assistimos em França.
O que procurarão os terroristas? Espalhafato. Se possível com muitas mortes à mistura...
Não faltarão alvos. Mas será escusado cria-los...
Porque razão muitos países desenvolvidos (e muito desenvolvidos) prescindem de redes ferroviárias de alta velocidade e optam por fazer investimentos menores, de manutenção e pequena melhoria das redes actuais?
Porque perceberam que, no futuro, aos custos hoje avaliáveis através de estudos económicos, poderão ter de juntar um outro, de enorme significância: o da garantia de segurança e o de reparação de estragos causados por acções criminosas.
E, tendo esses custos avaliados (garantir segurança metro a metro em redes com centenas e milhares de quilómetros lineares de rede, mais as respectivas áreas envolventes) optaram já, por descartarem esse tipo de transporte pessoal (a velocidade só é determinante para as pessoas e só se justifica no confronto com o transporte aéreo).
E esses países já optaram claramente. O transporte aéreo também exige segurança. Mas pelo menos por ora, o controlo limita-se a dois pontos: o da partida e o da chegada (os aeroportos). E neste aspecto já muito se avançou.
Mas nós (em Portugal) não. Cegamente vamos "empenhar os nossos anéis" nessas redes que, pura e simplesmente, vão ter de parar num cenário (de futuro próximo) mais do que previsível...

Quotas na Rádio para a música portuguesa

Mais um "tiro no pé". Restringir a vontade e os gostos dos "clientes" no Mundo actual, globalizado pela internet e cabo, com inúmeras ofertas alternativas é um autêntico "tiro no pé".
Nem vale a pena analisar da legalidade, da constitucionalidade, da (boa) intencionalidade da decisão. Não vale - mesmo - a pena.
Há algumas dezenas de anos era ilegal usar isqueiros sem pagar uma licença (imposto). Objectivo: a defesa da indústria (nacional) fosforeira...
Salvou-se a indústria? Bem pelo contrário...
Rápidamente, com o MP3, o UMTS e outras tecnologias, cada vez mais acessíveis, iremos aceder a conteúdos cada vez mais personalizados. A TV e a Rádio, em forma unidireccional, tem os dias contados. Esqueçam esta medida que é já a "maquilagem do defunto" e passemos à fase seguinte. Em jeito de amostra, vejam o que é já possível obter ao nível da música (uma rádio pessoal, à medida de cada um) em http://www.pandora.com. Acedam e usufruam. Magnífico.
Mas, mais: alarguem esta ideia à TV (séries, novelas e notícias). Junte-se a mobilidade (aparelhos multimédia móveis com acesso internet) e temos o futuro.

quinta-feira, dezembro 22, 2005

Destacamentos por proximidade

O Ministério da Educação tem vindo a apresentar propostas arrojadas. Muitas decisivas. Normalmente avança com tudo. Depois, fazendo crer que negoceia, cede aqui ou ali. Algumas vezes melhora decisões.
Neste caso, em vez de impedir que os docentes acedam aos concursos por determinados períodos, propõe concursos quadrianais.
Pode ser uma solução...
A estabilidade mantém-se assegurada e não há "ultrapassagens".
Mas, e os novos professores, saídos anualmente das Universidades? Fica salvaguardado o seu acesso aos novos lugares (crescimento das necessidades, substituição de aposentados, vagas de destacados, etc)?
Ou o Ministério, dando voz apenas aos sindicatos, apenas protege os que já estão (dentro)sistema, ficando o sistema "fechado" para todos, excepto para a clientela sindical, durante quatro anos?

Soares e a globalização

O que Soares não entende: a Globalização não é algo que se possa dizer estar contra ou a favor. É um facto. Uma realidade que até benificia (mais) os países em desenvolvimento...
Será como o Sol: quer se queira quer não se queira, quer se goste ou não, mais acima ou mais abaixo, mais ou menos encoberto, nasce sempre...

OTA e TGV

Estarão os mesmíssimos passageiros a justificar (duas vezes) as mesmas obras?
Rui Moreira, no Público de hoje (só para assinantes) em artigo denominado "No Mesmo Saco", aventa a possibilidade do Aeroporto da Portela ter (mais) 25 anos de vida útil caso o transporte ibérico seja asegurado por TGV.
Ou seja, será que esse volume de tráfego está a ser contabilizado duas vezes na justificação e sustentação destas duas obras faraónicas?

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Colocação plurianual de professores

Como é de esperar, os sindicatos vão exercendo a sua magistratura demagógica e vão contestando todas as medidas ministeriais, uma a uma.
Agora, o alvo da demagogia é a medida que, sem qualquer dúvida, trará muito mais estabilidade às escolas: a colocação plurianual dos professores: 3 ou 4 anos, passará a ser o período mínimo obrigatório de prestação de serviço para todos os que se candidatam a esses lugares.

Apesar de aceitarem esse facto (que será maior a estabilidade das escolas) dizem que a medida não é aceitável. Porque os docentes devem se poder candidatar todos os anos, porque senão perdem lugares em confronto com colegas pior classificados. E porque isso penalizará os professores deslocados…

Primeiro: a Escola é para os alunos. E está em causa uma situação bem concreta: a melhoria da Escola portuguesa, que é má. E não é aceitável que, apesar de ouvidos, possam sequer (os sindicatos) por em causa a medida devido a interesses pontuais de alguns docentes. A Escola é demasiado importante para o País para ficar à mercê de interesses corporativos.

Segundo: professores deslocados? Afinal, concorreram a esses lugares. Afinal é um emprego. Bem pago (em Portugal, dizem as estatísticas da União Europeia) e desejado por muitas dezenas de colegas que não são, anualmente, colocados. Não têm de se queixar. É o incómodo de haver empregos numa zona e candidatos noutras… É o custo do emprego. E quem não quer, larga. Haverá muitos candidatos para a vaga.

Terceiro: até agora, todos os anos uma multidão de docentes evoluem de uma escola para outra, em direcção à escola mais apetecível. Onde chegam a meio da carreira… Agora, vão chegar exactamente no mesmo tempo a essa escola. Apenas darão “passos maiores” de 3 em 3 ou de 4 em 4 anos, ao invés de pequenos passos, todos os anos, deixando um “rasto” terrível de instabilidade em todas as escolas por onde vão passando, sem deixar lembrança, sem desenvolver projectos, sem estabelecer amizades, sem criar “raízes”. Ou seja, tudo o que precisa uma Escola, um projecto educativo…Tudo o que faz falta (hoje) aos alunos nas Escolas Portuguesas.

Isto para além do facto de, se num ano intermédio (do período contratual), um colega menos bem colocado, poder “passar à frente” devido à impossibilidade de ser candidato, a situação poder repor-se logo depois, no (seu) ano de candidatura, passando ele, à frente de outros. No final, será um processo de “resto zero”, sem prejuízo da colocação final do professor, no mesmíssimo prazo em que ocorreria no processo anterior.

Mas, e isso é que interessa, com enormes benefícios para as Escolas, seus alunos e, quer queiram, quer não queiram reconhecer os sindicatos, lá da altura da sua demagogia, com benefício dos (bons) professores, que, durante o percurso poderão, finalmente fazer tudo o que até agora é impossível. E, repetindo-me, poderão passar a deixar amizades, projectos, raízes e melhores alunos… que se lembrarão deles no futuro.

terça-feira, dezembro 13, 2005

Para as ETIs: ministério da Educação vai contratar monitores

É a ultima medida do Ministério na tentativa de viabilizar a implementação das Escolas a Tempo Inteiro (ETIs), no seguimento do falhanço da decisão, muito contestada pelos docentes, de assegurar as horas extra para os alunos, pela via da utilização, para esse efeito, das horas não lectivas dos horários docentes (10 horas, de entre as 35 de trabalho).

Sim. As horas não lectivas não devem ser utilizadas para este efeito. Nem as dos professores de 1º Ciclo, nem (muito menos) as dos professores de 2º e 3º Ciclo que, em complemento de horário vinham (e iam) das sedes de agrupamento para dar Inglês e “entreter” as crianças. Não. Não são para isso, mas, à parte dessa questão, devem, na mesma, serem exercidas (na sua maioria) na escola. Preparando, coordenando, apoiando, estando perto e recebendo pais e alunos.

O facto de se recorrer a monitores e não a professores significará uma perda efectiva de quinze a vinte mil empregos docentes. Não entendemos a satisfação sindical com esta medida. Dizem eles (os sindicatos) que o trabalho não é digno para os professores… Pois está na hora dos professores desempregados colocarem os sindicatos e as suas posições corporativistas, contra a criação de emprego, em questão. Este trabalho será, claramente, de âmbito pedagógico e, portanto, de ocupação preferencial por quem tem formação docente.

Assim, no processo actualmente definido, serão criadas cerca de 30 a 40 mil pares de horas diárias de trabalho para monitores (tarefeiros) a contratar pelas Autarquias e Associações de Pais (subsidiadas pelo ME). Está em questão a ocupação de duas horas diárias (tendentes a curto prazo para três horas pois a saída às 17h30 não é, ainda, satisfatória) em simultâneo, para 30 a 40 mil turmas do 1º ciclo do ensino básico.

Ora, não são empregos (não existem empregos de duas horas diárias). Então, haverá solução?

Claro. A encontrada pela Madeira no seu processo. Onde já estão a beneficiar do sistema quase 90% das crianças em Escolas públicas. Bastará construir a ETI, não a partir do Regime Normal, mas sim do Regime Duplo. Em regime cruzado (que é o “ovo de Colombo” do processo), metade das salas destinam-se às actividades lectivas (ocupadas de manhã e de tarde por duas turmas) cada qual com o seu (mono) docente, libertando-se a outra metade das salas para as actividades a desenvolver em turno contrário. Estas, desenvolvem-se, na Escola, ao longo de todo o dia (de manhã e de tarde) ocupando professores (ou monitores) em horário completo.

E, assim, teríamos 15 a 20 mil novos empregos. Mais de um décimo da promessa (150 mil novos empregos) do primeiro-ministro.

Enverede o Ministério por aqui e conseguirá lá chegar. Caso contrário… no ponto em que estamos, teremos 35 mil tarefeiros...
Que poderão acabar por serem os mesmíssimos professores, ainda desempregados ou por empregar (quando saírem das universidades), mas sem horário completo, sem integração na carreira e inferiormente remunerados (a custo de monitor). E aí, como ficarão os sindicatos com as suas actuais posições? Mal…

Nota final: no melhor pano cai a nódoa. Menos exames no 12º Ano porquê? Parece-me uma medida completamente oposta a tudo o que (de bom) tem saído do Ministério de Educação. Era conveniente divulgar os porquês desta medida…

terça-feira, dezembro 06, 2005

Vitória de Setúbal: Produtividade versus insegurança do emprego

O Vitória de Setúbal vem protagonizando uma situação inédita no futebol português. Uma equipa de qualidade média excede-se. Mas, numa situação particular: a entidade patronal está em crise financeira aguda e prestes a abrir falência.
Nada que seja explicado com a excelência do treinador e dos seus métodos. Com condições de trabalho e objectivos bem delineados. Não.
Os jogadores, com salários em atraso, já perceberam que a sua luta não é pela recuperação do que está perdido (os seus salários em atraso e isso ficará para depois, para os tribunais) e então, ao invés de se “enterrarem” ainda mais, em greves de protesto por algo que nunca vão conseguir, fazem o inverso: excedem-se e mostram-se. A quem? Aos seus futuros empregadores.
Os jogadores e treinador do Vitória já sabem que nada de bom se lhes espera no Vitória. Assim, trabalham (e bem) para o seu futuro. Em Janeiro, com a reabertura do mercado, estarão livres contratualmente e terão novos patrões. Novos contratos. Mais seguros e tanto melhor pagos quanto melhor for a sua prestação até à respectiva assinatura.
Já viram o efeito na produtividade quando que há insegurança no emprego?
Desde que a atitude seja a correcta e não se enverede por greves inúteis…
O mesmo efeito se verifica nas últimas 5 jornadas de cada campeonato. Muitas equipas de menor qualidade excedem-se e fogem, nas últimas, à despromoção. Porquê? Porque os jogadores precisam de se mostrar para lutarem por novos contratos (no actual ou futuros clubes).

quinta-feira, dezembro 01, 2005

MINIDITOS

***Que saudades da Marinha Grande em 1986... era tão bom que se repetisse a cena... olha, está ali um a mandar vir. Vamos passar bem perto. Pode ser que...
***Dr.Soares: as reformas dos (ex) detentores de cargos públicos não são devidas apenas aos políticos, mas a quem ocupou esses cargos...
***Cambão na Indústria Farmaceutica. Ministro da Saúde lava as mãos do assunto...
***PSD ganha eleições. Agora, para o PS não há leituras nacionais...
***Terreno de Marques Mendes invadido. Sócrates põe o socialismo na gaveta.
*** Soares volta (ou pretende voltar). Basta. Basta. Dizia ele... Limitação de mandatos? O que é isso?
*** Continua o embuste: na SIC-Notícias, 12h(25/06), sobre o défice de 2005. Santana Lopes 2,9%, Constâncio 6,83%, Sócrates 6,2%. Ou seja, Sócrates reduz o défice ... embuste.
*** Opinião no Blog No Arame - (Professores)
*** Sócrates nas Jornadas Parlamentares do PS, alinha na desinformação mentirosa e diz que Bagão Félix "escondeu" o défice (6,4%): a mistificação continua ... mas, agora, vem do 1º Ministro ...